Moçambique sofre de um paradoxo familiar: uma base relativamente rica em recursos, mas com padrões de vida muito baixos. O país tem um potencial significativo para o desenvolvimento, particularmente no turismo, na produção agrícola e no uso sustentável dos recursos naturais. Estes ativos sugerem que o paradoxo entre a base rica em recursos e os baixos padrões de vida possa vir a ser contrariado nos próximos anos. Infelizmente, desde o final de 2017, Moçambique tem vindo a sofrer uma série de ataques de insurgentes radicais na província de Cabo Delgado, no norte do país. Em consequência disso, já morreram 2500 pessoas e mais de 300 400 estão deslocadas a nível interno.
5,5 milhões
Moztex S.A. produz mais de 5,5 milhões de peças de vestuário, anualmente
A entrada do renovado Hotel Polana Serena.
AKDN / Jon Ivins
A AKDN tem feito vários investimentos para ajudar a economia de Moçambique a ganhar dinamismo de uma forma sustentável e sensível ao contexto local. O Fundo Aga Khan para o Desenvolvimento Económico (AKFED) tem investido em infraestruturas turísticas através de uma concessão no Hotel Polana Serena, em Maputo, obtida em 2002. Após várias obras e remodelações, o hotel tem 154 quartos e oito moradias.
Desde 2002, o AKFED tem investido num programa de restauro, utilizando os melhores materiais e artesãos locais para incorporar melhorias ao nível dos serviços, atualizações de produtos e aperfeiçoamentos no hotel de cinco estrelas, nas suas instalações, quartos de hóspedes e salas de conferências.
O grupo dos Serviços de Promoção Industrial (IPS) do AKFED investiu na Moztex S.A., que fabrica peças de vestuário prontas a vestir. Produz mais de 5,5 milhões de peças de vestuário, anualmente, destinadas principalmente à exportação para a África do Sul. Dá emprego a cerca de 1200 pessoas, das quais quase 90% são mulheres. Tem feito um investimento contínuo na formação e, até agora, já formou cerca de 2100 pessoas.
Os IPS investiram na SEACOM, que lançou o primeiro sistema africano de cabos submarinos de banda larga ao longo das costas leste e sul em 2009. Ligando a África do Sul, Moçambique, Tanzânia e Quénia ao Médio Oriente e à Europa, o sistema de cabos da SEACOM também liga países do interior de África, como o Uganda e o Ruanda, à rede de distribuição de internet de alta velocidade.
O SEACOM é hoje um prestador de serviços pan-africano, oferecendo um conjunto completo de serviços de dados flexíveis e ajustáveis que permite que a crescente comunidade de TIC em África se desenvolva e evolua.
O departamento empresarial da SEACOM oferece ao mercado empresarial africano uma ligação e serviços de nuvem de primeira classe. Para mais informações, visite http://seacom.mu/
Os residentes de Cabo Delgado tem muito poucas oportunidades de poupar e contrair empréstimos, tendo assim dificuldades em proteger ou acumular bens. Para colmatar esta lacuna, a AKF tem mobilizado grupos comunitários de poupança (GCP) nas regiões costeiras.
Os membros dos GPC afirmaram, como resultado da participação no grupo de poupança, ter melhorado as suas práticas de alfabetização financeira e de poupança, ter arranjado um local para proceder a uma poupança segura de dinheiro e ter acesso a um serviço de crédito que correspondeu às suas capacidades financeiras.